segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Sobre o Colóquio 90 anos de rádio no Brasil


O Colóquio, intitulado 90 anos de rádio no Brasil, foi proposto como um evento acadêmico ao reunir pesquisadores dedicados ao tema, em suas produções bibliográficas dos últimos anos, para debater, em âmbito interdisciplinar, os impactos ocasionados pelo advento do rádio, suas especificidades como parte do processo de modernização do país e seus desdobramentos no contexto contemporâneo.

Promovido pelo LABFLOR, Laboratório Floripa em Composição Transdisciplinar: arte, cultura e política do Centro de Comunicação e Expressão da Universidade Federal de Santa Catarina, na proposta da Profa. Dra. Tereza Virgínia de Almeida. Tem como propósito dar início a uma série de outras atividades em torno das relações entre linguagem, cultura e inovações tecnológicas, tendo em vista o papel cada vez mais central que adquirem as materialidades da comunicação no contexto contemporâneo.

Este evento acontece também com a parceria do Laboratório de Imagem e Som (LIS), da UDESC, tendo como co-organizadora a Profa. Dra. Márcia Ramos de Oliveira. E, recebe apoio da Rádio UDESC FM e do Instituto Caros Ouvintes.

A proposta temática do evento teve por motivo, inicial, a data comemorativa do início da radiodifusão no país. No dia 07 de setembro de 1922, durante a Exposição Nacional que festejava o Centenário da Independência Brasileira, ocorreu a primeira transmissão radiofônica, em que se pôde ouvir o discurso de Epitácio Pessoa e trechos da ópera O guarany de Carlos Gomes. A princípio o evento deveria ter acontecido na data citada, porém em função da agenda dos participantes foi adiada para o dia 14 de setembro de 2012.
O surgimento do rádio no Brasil veio a se integrar a todo um cenário de transformações ocorridas com a modernização no país que se expressava de forma visível na urbanização do Rio de Janeiro, então capital federal. Para O historiador Nicolau Sevcenko, a inserção na modernidade significa uma reorientação da percepção humana, da qual o homem contemporâneo pouco tem a dimensão devido à sua total inserção no mundo dos aparatos tecnológicos. Entretanto, as transformações que se iniciaram, em fins do século XIX, mudaram não apenas o comportamento dos homens, mas atingiram sua sensibilidade.1 O rádio veio assim a ser parte integrante de um tempo que começava a lidar com o fenômeno da velocidade tanto quanto com a noção de anonimato característica do espaço urbano.

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1 SEVCENKO, Nicolau. A capital irradiante: técnica, ritmos e ritos do Rio. , p. 517.

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